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Golpes financeiros têm novas modalidades e não param de crescer

As fraudes de engenharia social, que manipulam os usuários para que forneçam dados confidenciais, respondem por 70% dos casos Dia sim, dia n...



As fraudes de engenharia social, que manipulam os usuários para que forneçam dados confidenciais, respondem por 70% dos casos

Dia sim, dia não, recebo uma proposta para trabalhar em casa no meu computador ou celular, com possibilidade de ganhar entre 350 e 800 reais por semana. Claro que não é preciso ter “conhecimento avançado”, como diz o texto da mensagem que reproduzo na coluna. Claro que há um link para “Renda Em Casa Net”. Tudo muito simples, exatamente porque se trata de mais um golpe, aproveitando o aflitivo cenário de desemprego e endividamento da população. No fim, uma observação: “caso não tiver interesse, recomende para alguém que esteja precisando”, ou seja, a vítima ainda pode fazer com que outras pessoas caiam na armadilha. É impressionante a “criatividade” do mal...

O golpe do falso trabalho em casa: a orientação é descartar a mensagem e nunca clicar no link — Foto: Reprodução

Embora já manjado, o golpe do falso sequestro, no qual bandidos dizem que sequestraram alguém próximo e pedem resgate, ganhou uma variante no WhatsApp e duas ou três vezes tentaram me fisgar com textos quase idênticos. O golpista se fazia passar por meu filho, escrevia que havia perdido o celular e estava temporariamente usando aquele número – a farsa é tão bem engendrada que a foto era a do aplicativo! Como ele perdeu o aparelho em mais de uma ocasião, não desconfiei até que o marginal pediu dinheiro para um conserto do carro. Claro que o sinal de alerta piscou e dei a conversa por encerrada. Aliás, uma medida simples para evitar a clonagem do WhatsApp é habilitar, no aplicativo, a opção “Verificação em duas etapas” (Configurações/Conta/Confirmação em duas etapas), na qual será possível cadastrar uma senha.

Um dos golpes que acontecem no WhatsApp: bandidos enviam mensagem dizendo que uma pessoa conhecida mudou de número — Foto: Reprodução

As tentativas de golpes financeiros contra os idosos cresceram 60% em 2020, durante a pandemia, segundo a Federação Brasileira dos Bancos. Durante o período de isolamento, explodiu o número de ataques de phishing, os e-mails que carregam vírus ou links que levam o usuário para sites de araque. Outra modalidade era a do falso motoboy, na qual os criminosos se faziam passar pelo banco para comunicar transações suspeitas com o cartão de crédito do cliente. Informavam que um motoqueiro seria enviado para recolher o cartão e até orientavam a vítima a cortá-lo ao meio para inutilizar a tarja magnética. No entanto, o chip permanecia intacto, permitindo que os bandidos fizessem compras.


Outro levantamento da entidade apontou o crescimento de 165% nas fraudes de engenharia social para o público em geral no primeiro semestre de 2021, em relação ao semestre anterior. São justamente aquelas que manipulam os usuários para que forneçam seus dados. O motoboy trambiqueiro se manteve em alta: teve um salto de 271%. O golpe da falsa central aumentou 62% e sobre esse também posso dar meu depoimento: a ligação clona o número da agência bancária e o roteiro dos vigaristas é o de um atendente solícito, querendo ajudar porque foram detectadas movimentações suspeitas na conta. O passo seguinte é pedir informações confidenciais. Atualmente, 70% das fraudes estão vinculadas à engenharia social e nunca é demais repetir: nenhum banco liga para o cliente pedindo senha, número do cartão, ou qualquer tipo de pagamento. Se receber uma ligação dizendo que ele foi clonado, desligue na hora e entre em contato com a instituição bancária, através do telefone que está no verso, para esclarecer o que houve.

Para finalizar, siga algumas regras básicas de segurança:

  1. Mantenha o computador atualizado e rodando com um antivírus – há diversos de boa qualidade e de graça.
  2. Não clique em links que lhe foram enviados. 
  3. Em vez disso, vá aos websites digitando seu endereço eletrônico. Se receber um SMS ou e-mail do banco com um link, delete imediatamente.
  4. Verifique o website: o certificado é como uma carteira de motorista e é bem fácil de checar.
  5.  Nos sites seguros, há um pequeno cadeado ao lado do endereço eletrônico. Clique nesse cadeado e selecione “certificado”: ali aparecerão as informações de validação.
  6. Prefira fazer compras em sites conhecidos e não use computadores públicos para nenhum tipo de transação.
  7. Não compartilhe sua senha em hipótese alguma, nem forneça dados pessoais.

G1