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“Quero justiça”, diz irmã de idoso dado como morto

Aparecida Ribeiro/Arquivo pessoal Idoso é dado como morto e funerária informa família que ele está vivo Caso foi registrado na PC de Goiás. ...

Aparecida Ribeiro/Arquivo pessoal

Idoso é dado como morto e funerária informa família que ele está vivo
Caso foi registrado na PC de Goiás. Segundo familiares, o homem chegou a ficar por 5h dentro de um saco plástico, como se estivesse morto
Por Laura Braga - Metropoles - Segundo a irmã do idoso, ele ficou ao menos 5h dentro de um saco plástico, como se estivesse morto. Paciente está internado
Goiânia – A irmã do idoso dado como morto pelo Hospital do Centro-Norte Goiás (HCN), no município de Uruaçu, mas que, na verdade, está vivo, diz que quer justiça. Aparecida Ribeiro da Silva afirma que o irmão ficou, ao menos, 5h dentro do saco plástico do hospital, como se estivesse sem vida.
O caso aconteceu nessa terça-feira (29/11). O auxiliar de serviços gerais José Ribeiro da Silva, 62 anos, teve até atestado de óbito, no entanto, ao chegar à funerária, já no município de origem, Rialma, também em Goiás, os funcionários perceberam que eles estava vivo.
Ao Metrópoles Aparecida se mostrou revoltada com a situação. Aos prantos, a mulher afirmou que o homem não merecia passar por esse sofrimento. “Ele ficou dentro daquele saco, daquela gamela, daquela coisa que não é nem um caixão durante todo o tempo. O óbito foi registrado às 20h12, e o agente funerário percebeu que ele estava respirando à 1h05. No hospital, ele ficou em uma sala muito fria. Depois, teve a viagem de Uruaçu para Rialma, que são cerca de 100km. É uma situação revoltante, isso não me sai da cabeça”, reclama.
De acordo com ela, a situação foi absurda. “Foi assustador, uma sensação que não consigo explicar, achei que estivesse ficando louca. Fui para a porta da funerária, o Samu foi acionado e me informaram que ele estava com a saturação em 94, a pressão boa, é inadmissível o que aconteceu. Ele não consegue falar, está muito fraco, mas o médico pediu para que ele apertasse a mão, e ele apertou. Está acordado, com os olhos abertos, sentiu até cócegas, mas não consegue se expressar por meio da fala”, lamenta Aparecida.
Justiça
Segundo a irmã de José Ribeiro, apesar de muito abalada com a situação, reúne documentos para acionar o HCN judicialmente. “Vou reunir os documentos e laudos da funerária, do Samu, de todos que participaram da ocorrência, para entrar na Justiça. O meu irmão não precisava passar por isso”, diz a mulher.
José, paciente de tratamento paliativo oncológico em razão de um câncer na língua, está internado no Hospital Municipal de Rialma. Aparecida relatou que o irmão está bastante fraco e e que solicitou para a regulação da saúde estadual uma vaga de unidade de tratamento intensivo (UTI), além de transfusão de sangue.
“Estamos torcendo para que seja liberada alguma vaga aqui em Rialma ou em Ceres (município próximo). No hospital de Uruaçu, eu não vou deixar que ele vá e, para Goiânia, os médicos temem que ele não aguente o transporte, porque está muito fraco”, detalhou.
A mulher registrou ocorrência na Polícia Civil de Goiás, em Rialma, mas o caso deve ser investigado em Uruaçu, onde fica o hospital.
Médico afastado
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou ao Metrópoles que o HCN só teve conhecimento do caso na manhã desta quarta-feira (30/11). De acordo com a pasta, o responsável pelo atestado equivocado acabou sendo afastado do cargo. “O médico foi imediatamente afastado, e uma sindicância, instaurada para apurar o ocorrido”.
Segundo a SES-GO, o diretor técnico do HCN foi para Rialma, cidade do paciente que está em tratamento paliativo oncológico na unidade de saúde para prestar assistência ao mesmo e aos familiares. A pasta lamentou o ocorrido.
Ainda de acordo com Aparecida, o diretor do hospital ligou para ela na manhã desta quarta.