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Anderson Torres depõe à Polícia Federal nesta quinta-feira

O ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres-FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL - ARQUIVO Ex-secretário de Segurança Públ...

O ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres-FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL - ARQUIVO

Ex-secretário de Segurança Pública do DF é suspeito de omissão dolosa na gestão dos atos extremistas de 8 de janeiro

BRASÍLIA | Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília

Está marcado para esta quinta-feira (2), às 10h30, o depoimento do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres. Ele é suspeito de omissão dolosa na gestão da segurança durante os atos extremistas ocorridos em 8 de janeiro em Brasília, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.

Ele era o secretário de Segurança Pública do DF à época e não estava no Brasil, mesmo ciente das manifestações programadas por meio das redes sociais. Torres viajou para a Flórida, nos Estados Unidos, antes mesmo do período programado no Diário Oficial para as férias dele, e só voltou ao Brasil depois do mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O novo depoimento deveria ter ocorrido em 23 de janeiro, mas foi adiado para esta quinta-feira depois que defesa de Torres solicitou mais tempo para analisar os autos. O adiamento foi aceito pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No despacho, o magistrado intima a Procuradoria-Geral da República (PGR) a acompanhar o caso.

A oitiva deve ser realizada no 4º Batalhão da Polícia Militar, onde Torres está preso desde 14 de janeiro, quando desembarcou em Brasília. Este será o segundo depoimento dele sobre o caso. No primeiro, realizado em 18 de janeiro ele ficou em silêncio.

A expectativa é que, desta vez, ele fale sobre o motivo de não ter entregue o aparelho celular à Polícia Federal, além de esclarecer o envolvimento ou não do governador afastado do DF, Ibaneis Rocha (MDB), nos atos que culminaram na invasão das sedes dos Três Poderes.

Em 10 de janeiro, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Torres, onde encontrou a minuta de um golpe de Estado. O documento era o rascunho de um decreto para mudar o resultado das eleições presidenciais de 2022.

A minuta foi incluída na ação que investiga o comportamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante uma reunião com embaixadores no Palácio do Planalto, em julho do ano passado. Na ocasião, o então chefe do Executivo federal criticou o sistema eleitoral e atacou ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O secretário alegou que o documento estava em uma pilha de papéis que ele pretendia triturar no Ministério da Justiça e Segurança Pública e que a revelação da minuta foi feita "fora de contexto".

CPI na Câmara Legislativa do Distrito Federal

Torres deve ser um dos primeiros convocados a depor na comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do DF. O colegiado vai investigar os responsáveis, no Distrito Federal, pelos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro e à tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em 12 de dezembro.

O deputado distrital Joaquim Roriz Neto (PL) está com o requerimento para ouvir Torres pronto e aguarda apenas a instauração do colegiado para solicitar o depoimento. Além de um requerimento aprovado pelos parlamentares, a presença de Torres na Câmara dependerá de autorização da Justiça.