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Foto: Joel Rodrigues/ Agência Brasília Aproximadamente 200 alunos treinam no ginásio do Centro de Ensino Médio Setor Leste; colégio se desta...

Foto: Joel Rodrigues/ Agência Brasília

Aproximadamente 200 alunos treinam no ginásio do Centro de Ensino Médio Setor Leste; colégio se destaca no esporte desde a década de 1980

É no tablado de uma das maiores e mais antigas instituições de ensino público do Distrito Federal que se revelam grandes atletas das ginásticas artística e olímpica. No ginásio de esporte de 800 metros do Centro de Ensino Médio Setor Leste, cerca de 200 estudantes treinam diariamente para a iniciação no esporte e para competições locais, nacionais e até mesmo internacionais.

O projeto da Secretaria de Educação (SEE) atende alunos de 6 a 12 anos da rede pública de ensino no contraturno escolar, por meio do Centro de Iniciação Desportiva (CID), desde a década de 1980. As aulas desenvolvidas no local incluem diversos níveis de ensino, que vão do iniciante até o alto rendimento. O espaço com todos os equipamentos específicos para a prática esportiva permite que as crianças e adolescentes aprendam e se desenvolvam na ginástica.

O projeto da Secretaria de Educação atende alunos de 6 a 12 anos da rede pública de ensino no contraturno escolar | Fotos: Joel Rodrigues/ Agência Brasília

“Toda a iniciação é feita na primeira infância, e elas vão subindo de nível conforme praticam. Cada turma tem no mínimo dez crianças, sendo uma professora por turma, para desenvolvermos todas as habilidades necessárias. Atualmente, temos 18 turmas. É um programa de desenvolvimento, em que os alunos começam na iniciação, seguem para o intermediário, aperfeiçoamento, pré-equipe e equipe. O nosso foco é a iniciação desportiva”, explica a professora Tatiana Freire.

A educadora enfatiza, ainda, que todas as habilidades motoras necessárias para as crianças na primeira infância são ensinadas e praticadas nas aulas de forma lúdica, prazerosa e contínua. “Instruímos todas as aptidões básicas, como lateralidade, força, equilíbrio, flexibilidade, além de orientação espaço – temporal e ritmo. Tudo isso com estímulo e acompanhamento em um ambiente privado, orientado e com cuidado. Se todos os pais soubessem, essa [ginástica artística] seria a primeira atividade que as crianças fariam; elas saem pronta para qualquer outra”, destaca Freire.

Maria Clara Batista: “Sempre gostei de esporte, e na ginástica me desenvolvi mais”

Apesar de ter como foco a iniciação, não é de hoje que o espaço forma grandes atletas na cidade. “Hoje, o grupo masculino tem obtido grandes resultados nas competições das quais participam, como no campeonato brasileiro, eles visam ao alto rendimento, e treinam aqui duas vezes na semana com a nossa aparelhagem, pois temos equipamentos que permitem chegarmos na essência do treinamento”, ressalta a professora.

As competições fazem parte da rotina de todos os alunos em todos os níveis de ensino. De acordo com as professoras do espaço, as atletas participam de provas pelo menos três vezes ao ano. De lá já saíram representantes que disputaram torneios como a Copa do Mundo de Ginástica e o Pan-Americano, entre outros, . assim como ginastas que foram contratados para as equipes dos clubes do Flamengo, Minas Tênis e Pinheiros.

Diversão e amor

Professora Tatiana Biagini: “Procuro contribuir para formar um ser humano completo. É uma relação de confiança”

A atleta de 14 anos Ana Lúcia Biagini frequenta o ginásio desde os 4 anos e, em breve, representará Brasília nos Jogos da Juventude 2023, na faixa etária de 13 a 15 anos, entre 1º e 16 de setembro, em Ribeirão Preto (SP). A jovem conquistou a vaga nos Jogos Escolares do Distrito Federal (JEDF), seletiva para a competição nacional, neste mês.

Ela conquistou o primeiro lugar no individual geral, na barra paralela e no salto. Além disso, ficou em segundo lugar no solo. “Eu praticamente nasci aqui no ginásio e ficarei até quando der. Participo de competições desde os 10 anos e apesar de ficar muito nervosa, as colegas são muito boas, faço por diversão”, diz a estudante.

No caso de Ana Lúcia, o velho ditado “filho de peixe, peixinho é” se aplica muito bem. Ela é filha da professora de ginástica do Setor Leste Tatiana Biagini, que há 33 anos bate ponto diariamente no ginásio. “Entrei em 1984 para iniciar as aulas de ginástica, com 8 anos, fiquei como atleta até os 14 e depois comecei um estágio para ajudar a dar aulas para as crianças menores. Só fiquei afastada seis anos, assim que ingressei na Secretaria de Educação como professora de educação física. Voltei em 2003 e estou até agora. Eu amo esse lugar”, declara a professora.

“É um programa de desenvolvimento, em que os alunos começam na iniciação, seguem para o intermediário, aperfeiçoamento, pré-equipe e equipe. O nosso foco é a iniciação desportiva”

Tatiana Freire, professora

É com esse amor que Biagini se dedica exclusivamente às alunas e tem se engajado nesse processo para formação de mais alunos, professores e atletas. “Minha relação com as meninas é além do ginásio, eu sou aquela que leva para as competições, para os passeios e para casa. Procuro contribuir para formar um ser humano completo. É uma relação de confiança. E nesse processo formamos alunos e professores, repassando assim, todo o nosso conhecimento”, completa a professora.

Como se inscrever

As inscrições são feitas no início do ano letivo da Secretaria de Educação e diretamente com as três professoras responsáveis pelo ginásio. Alunos de escolas particulares podem se inscrever em vagas remanescentes. “A idade limite para se inscrever é 12 anos, mas, quando o aluno se destaca, segue treinando mesmo mais velho”, destaca a também professora Kelma Lucci.

Alunos do Setor Leste, mesmo que tenham mais de 12 anos de idade, podem treinar no horário da aula de educação física. É o que faz Maria Clara Batista, 15, aluna do 1° ano do ensino médio. “Sempre gostei de esporte, e na ginástica me desenvolvi mais. Faço no horário da educação física e é muito bom”, conta.

Josiane Borges, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader