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DF já registrou 2.180 acidentes com animais peçonhentos em 2023

  Hugo Barreto/Metrópoles Segundo a Secretaria de Saúde, no ano passado, foram contabilizados 2.752 casos de picadas de animais peçonhentos ...

 

Hugo Barreto/Metrópoles

Segundo a Secretaria de Saúde, no ano passado, foram contabilizados 2.752 casos de picadas de animais peçonhentos no DF

Segundo dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), foram registrados 2.180 acidentes com animais peçonhentos entre janeiro e agosto deste ano. Em 2022, durante todo o ano, foram contabilizados 2.752 casos de picadas de serpentes, aranhas, escorpiões e lagartas.

Atualmente, 11 hospitais da rede pública do DF possuem soros antiveneno para serem aplicados em pacientes que apresentem estado moderado ou grave. A rede privada de saúde não disponibiliza a medicação.

A médica Andrea Amora, do Centro de Informação e Assistência Toxicológica do DF, destaca: “O número de acidentes com escorpião aumentou muito, e temos em Brasília um dos animais mais perigosos, que é o escorpião-amarelo, com uma picada mais severa. A possibilidade de gravidade é maior e requer mais cuidado no atendimento”.

Atendimento

Segundo a secretaria, o atendimento imediato é fundamental para a sobrevivência das vítimas e a redução de possíveis sequelas. “No caso de acidentes com um animal peçonhento, qualquer que seja o animal, a principal recomendação é lavar o local com água e sabão e procurar o atendimento médico nos hospitais da rede pública. Nas unidades de saúde, o paciente em caso grave poderá receber o soro antiveneno e a medicação sintomática para que o quadro clínico não evolua”, explica Amora.

Na maioria dos casos mais sérios é necessário aplicar soro, que é a única medicação capaz de neutralizar o veneno no corpo. De acordo com a especialista, as primeiras 48 horas, até no máximo 72 horas, são o tempo hábil para a aplicação do soro, para que a fração do veneno no organismo seja neutralizada.

“Após esse período, ele perde a efetividade e, com isso, os pacientes podem ter maiores alterações no quadro clínico, pois o veneno continuará agindo no corpo. Além disso, é preciso o uso racional do medicamento. Em muitos casos, a observação do quadro clínico é mais importante para se avaliar os sintomas”, ressalta.

Ela alerta ainda que é necessário redobrar os cuidados com crianças menores de 3 anos e com idosos, pois esses grupos concentram os pacientes com maior potencial de gravidade.

Hospitais com soro

As unidades que disponibilizam o soro antiveneno na capital são:

  • Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), Asa Sul;
  • Hospital Regional Guará;
  • Hospital Regional Brazlândia;
  • Hospital da Região Leste, Paranoá;
  • Hospital Regional Ceilândia;
  • Hospital Regional Gama;
  • Hospital Regional de Santa Maria;
  • Hospital Regional Planaltina;
  • Hospital Regional Sobradinho;
  • Hospital Regional Taguatinga;
  • Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

O Hospital Regional de Samambaia não armazena os medicamentos, mas pode solicitá-los sempre que preciso à unidade de atendimento mais próxima, em Taguatinga. O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da SES-DF, também auxilia com informações sobre os primeiros cuidados, pelos números 0800 644 6774 ou 0800 722 6001. Se for possível, é recomendado que o animal seja capturado ou que uma foto dele seja feita para identificá-lo.

Prevenção

Escorpiões e outros animais peçonhentos se escondem em ambientes úmidos e escuros durante o dia e saem em busca de alimento à noite. Por isso, é importante ter atenção em locais como entulhos, ralos e caixas de esgoto.

SES-DF aponta que é essencial manter casas e quintais limpos e sem entulho para combater a proliferação de insetos. O uso de inseticida não é recomendado, já que não há comprovação de que o remédio funcione com escorpiões. Se um escorpião for encontrado, é necessário entrar em contato com a Vigilância Ambiental.

“É um problema de saúde pública em praticamente todas as cidades do país. É importante manter os ambientes limpos, limpar a caixa de gordura, evitar deixar migalhas espalhadas pela casa e ter cuidado com o lixo, pois tudo isso atrai as baratas, que servem de alimento para outros insetos. Essas ações acabam por proteger as crianças” pontua Andrea Amora.

Por Jonatas Martins - Metrópoles