Hugo Barreto/Metrópoles Segundo a Secretaria de Saúde, no ano passado, foram contabilizados 2.752 casos de picadas de animais peçonhentos ...
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Segundo a Secretaria de Saúde, no ano passado, foram contabilizados 2.752 casos de picadas de animais peçonhentos no DF
Atualmente, 11 hospitais da rede pública do DF possuem soros antiveneno para serem aplicados em pacientes que apresentem estado moderado ou grave. A rede privada de saúde não disponibiliza a medicação.
A médica Andrea Amora, do Centro de Informação e Assistência Toxicológica do DF, destaca: “O número de acidentes com escorpião aumentou muito, e temos em Brasília um dos animais mais perigosos, que é o escorpião-amarelo, com uma picada mais severa. A possibilidade de gravidade é maior e requer mais cuidado no atendimento”.
Atendimento
Segundo a secretaria, o atendimento imediato é fundamental para a sobrevivência das vítimas e a redução de possíveis sequelas. “No caso de acidentes com um animal peçonhento, qualquer que seja o animal, a principal recomendação é lavar o local com água e sabão e procurar o atendimento médico nos hospitais da rede pública. Nas unidades de saúde, o paciente em caso grave poderá receber o soro antiveneno e a medicação sintomática para que o quadro clínico não evolua”, explica Amora.
Na maioria dos casos mais sérios é necessário aplicar soro, que é a única medicação capaz de neutralizar o veneno no corpo. De acordo com a especialista, as primeiras 48 horas, até no máximo 72 horas, são o tempo hábil para a aplicação do soro, para que a fração do veneno no organismo seja neutralizada.
“Após esse período, ele perde a efetividade e, com isso, os pacientes podem ter maiores alterações no quadro clínico, pois o veneno continuará agindo no corpo. Além disso, é preciso o uso racional do medicamento. Em muitos casos, a observação do quadro clínico é mais importante para se avaliar os sintomas”, ressalta.
Ela alerta ainda que é necessário redobrar os cuidados com crianças menores de 3 anos e com idosos, pois esses grupos concentram os pacientes com maior potencial de gravidade.
Hospitais com soro
As unidades que disponibilizam o soro antiveneno na capital são:
- Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), Asa Sul;
- Hospital Regional Guará;
- Hospital Regional Brazlândia;
- Hospital da Região Leste, Paranoá;
- Hospital Regional Ceilândia;
- Hospital Regional Gama;
- Hospital Regional de Santa Maria;
- Hospital Regional Planaltina;
- Hospital Regional Sobradinho;
- Hospital Regional Taguatinga;
- Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
O Hospital Regional de Samambaia não armazena os medicamentos, mas pode solicitá-los sempre que preciso à unidade de atendimento mais próxima, em Taguatinga. O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da SES-DF, também auxilia com informações sobre os primeiros cuidados, pelos números 0800 644 6774 ou 0800 722 6001. Se for possível, é recomendado que o animal seja capturado ou que uma foto dele seja feita para identificá-lo.
Prevenção
Escorpiões e outros animais peçonhentos se escondem em ambientes úmidos e escuros durante o dia e saem em busca de alimento à noite. Por isso, é importante ter atenção em locais como entulhos, ralos e caixas de esgoto.
A SES-DF aponta que é essencial manter casas e quintais limpos e sem entulho para combater a proliferação de insetos. O uso de inseticida não é recomendado, já que não há comprovação de que o remédio funcione com escorpiões. Se um escorpião for encontrado, é necessário entrar em contato com a Vigilância Ambiental.
“É um problema de saúde pública em praticamente todas as cidades do país. É importante manter os ambientes limpos, limpar a caixa de gordura, evitar deixar migalhas espalhadas pela casa e ter cuidado com o lixo, pois tudo isso atrai as baratas, que servem de alimento para outros insetos. Essas ações acabam por proteger as crianças” pontua Andrea Amora.
Por Jonatas Martins - Metrópoles