(Imagem: terimakasih0/Pixabay) O telefone celular (98,9%) é o principal meio de acesso, seguido pela televisão (47,5%), microcomputador (35,...
(Imagem: terimakasih0/Pixabay) |
O telefone celular (98,9%) é o principal meio de acesso,
seguido pela televisão (47,5%), microcomputador (35,5%) e tablet (7,6%)
O acesso à internet chegou a
91,5% dos domicílios brasileiros em 2022, o que corresponde a 68,9 milhões de
casas do país. Em relação a 2021, houve um aumento de 1,5 ponto percentual,
segundo a pesquisa "Pnad Contínua: Acesso à internet e à televisão e posse
de celular 2022", divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar do aumento desde o início
da série histórica, essa taxa de crescimento tem sido cada vez menor. Segundo o
IBGE, isso tem a ver com a aproximação desse número à universalização da
internet nos domicílios brasileiros.
Sob o aspecto da situação do
domicílio, o crescimento tem sido mais acelerado nas áreas rurais, contribuindo
para uma considerável redução da diferença em relação ao aumento verificado na
área urbana. Em 2016, essa diferença foi maior do que 40 pontos percentuais e
caiu para 15,4 pontos percentuais em 2022.
O crescimento ocorreu em todas as
regiões do país, sobretudo no Nordeste e no Norte, que, apesar de apresentarem
os maiores aumentos entre 2021 e 2022 (2,6 pontos e 2,7 pontos,
respectivamente), se mantêm como as regiões com os menores percentuais de domicílios
com acesso à internet (87,8% e 88,2%, respectivamente).
Pessoas de 10 anos ou mais de
idade
Na população estimada de 185,4
milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade do país, 87,2% (161,6 milhões)
utilizaram a internet no período de referência dos últimos três meses em 2022.
No que se refere à situação do
domicílio, o percentual de usuários da internet entre as pessoas que viviam em
áreas urbanas foi de 89,4%, ao passo que entre os moradores da área rural a
proporção foi de 72,7%.
O percentual de usuários vem
crescendo desde 2016, quando 66,1% da população de 10 anos ou mais de idade
tinha utilizado a internet no período de referência, passando de 79,5%, em
2019, para 87,2%, em 2022.
Embora a utilização seja menor
entre os residentes em áreas rurais, observou-se, ao longo dos anos, uma forte
expansão do uso nesse grupo populacional, que reduziu a diferença em relação à
população urbana.
Nas regiões do país, em 2022,
verificou-se que o Centro-Oeste (91,6%) apresentou a maior proporção de pessoas
que utilizaram a internet, ao passo que o Norte (82,4%) e o Nordeste (83,2%)
permaneceram com resultados inferiores aos alcançados nas demais.
Entretanto, foram justamente
essas duas regiões que apresentaram as maiores expansões desse indicador, com
aumento, entre 2021 e 2022, de 6,1 pontos percentuais e 5,1 pontos,
respectivamente.
No país, nesse mesmo período, a
proporção de usuários cresceu 2,5 pontos percentuais.
Em relação ao sexo, 88% das
mulheres utilizaram a internet em 2022, um pouco acima do percentual
apresentado pelos homens (86,3%).
Analisando por nível de
instrução, observa-se que o grupo de pessoas sem instrução (39,4%) apresentava
um percentual de uso da internet bastante inferior ao dos demais grupos de
escolaridade. Os maiores percentuais foram estimados para as pessoas com ensino
superior incompleto (98,7%) e com superior completo (98,2%).
O percentual de pessoas que
utilizaram a internet, no período de referência dos últimos três meses de 2022,
no grupo etário de 10 a 13 anos foi de 84,9%. Esse percentual cresceu
sucessivamente nos grupos etários subsequentes e alcançou mais de 96% de usuários
nos grupos de 20 a 24 anos e de 25 a 29 anos.
Em seguida, a proporção de
usuários declina até atingir 86,3% no grupo de 50 a 59 anos e depois cai para
62,1% entre os idosos, de 60 anos ou mais.
Ainda que o uso da internet venha
aumentando em todos os grupos etários, esse crescimento foi mais acelerado nas
idades mais elevadas, o que pode ter sido propiciado, entre outros fatores,
pela evolução nas facilidades para o uso dessa tecnologia e na sua disseminação
no cotidiano da sociedade.
Nesse sentido, o aumento do
percentual de pessoas que utilizaram a internet, entre 2019 e 2022, foi maior
nos grupos etários de 50 a 59 anos e de 60 anos ou mais de idade (aumento de
11,9 pontos percentuais e 17,3 pontos, respectivamente). Em relação a 2021,
esses grupos também apresentaram as maiores expansões no percentual de usuários
(3 pontos e 4,6 pontos, respectivamente).
Frequência de utilização
A Pnad Contínua investigou, pela
primeira vez em 2022, a frequência com que as pessoas normalmente utilizavam a
internet. Entre as pessoas de 10 anos ou mais de idade, 93,4% a usavam de forma
habitual todos os dias; 2,7% a utilizavam quase todos os dias (cinco ou seis
dias por semana); 3,2% de uma a quatro vezes por semana; e apenas 0,7% a
utilizavam com uma frequência inferior a uma vez por semana.
Quando se analisa por região do
país, observa-se que o percentual de pessoas que normalmente usavam a internet
todos os dias, considerando aquelas que a utilizaram no período de referência,
variou de 89,2%, no Norte, a 95%, no Centro-Oeste.
Não se observaram diferenças
importantes na frequência do uso por sexo. Por outro lado, a comparação por
grupos etários revela diferenças significativas.
Para o grupo mais jovem
analisado, de 10 a 13 anos de idade, o uso todos os dias foi apontado por 91,2%
das pessoas. Para os grupos etários seguintes, que compreendem as pessoas de 14
a 39 anos, observou-se que mais de 95% das pessoas afirmaram usar a internet
todos os dias, com os percentuais mais elevados estimados para os grupos de 20
a 24 anos (96,7%) e 25 a 29 anos (96,6%).
O menor percentual de pessoas que
normalmente utilizavam a internet todos os dias foi verificado entre a
população idosa (84,3%). Entretanto, ainda assim, a grande maioria das pessoas
com 60 anos ou mais de idade fazia uso diariamente.
Equipamento para o acesso
O telefone celular (98,9%) é o
principal meio para acessar a internet, seguido, em menor medida, pela
televisão (47,5%), pelo microcomputador (35,5%) e pelo tablet (7,6%).
Entre 2021 e 2022, houve aumento
do uso da televisão para acessar a rede (2,4 pontos percentuais) e redução do
uso do microcomputador (-6,4 pontos) e do tablet (-1,7 ponto).
A tendência de queda do uso de
microcomputador e de tablet e aumento da utilização da televisão para acessar a
internet vem sendo observada desde anos anteriores. O acesso por meio do
microcomputador declinou de 63,2%, em 2016, para 46,2%, em 2019, até atingir o
menor índice da série em 2022, 35,5%.
O percentual de pessoas que
acessaram por meio de aparelho televisor, por outro lado, progrediu
continuamente nesse mesmo período: de 11,3%, em 2016, para 32,2%, em 2019, e
47,5%, em 2022.
Chamada de voz ou vídeo
Conversar por chamadas de voz ou
vídeo foi a principal finalidade de acesso em 2022, alcançando 94,4% dos
usuários. Essa proporção caiu um pouco em relação ao ano anterior (-1,3 ponto
percentual), embora tenha se expandido em relação a 2019 (3 pontos).
A segunda finalidade mais
relatada de uso da internet foi enviar ou receber mensagens de texto, voz ou
imagens por aplicativos diferentes de email (92,0%). Ainda que bastante
frequente, sendo apontada por mais de 90% dos usuários, essa utilização apresentou
queda tanto em relação a 2021 (-2,9 pontos) quanto em relação a 2019 (-3,8
pontos).
Outras finalidades de uso
apontadas por mais da metade dos usuários no período de referência foram:
assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (88,3%); usar redes
sociais (83,6%); ouvir músicas, rádio ou podcast (82,4%); ler jornais, notícias,
livros ou revistas pela internet (72,3%); acessar banco(s) ou outras
instituições financeiras (60,1%); e enviar ou receber emails (59,4%).
Essa última finalidade, que já
era pesquisada desde 2016, tem apresentado queda, a cada ano, ao longo desse
período.
O uso para assistir a vídeos,
inclusive programas, séries e filmes, que também foi pesquisado em anos
anteriores, apresentou crescimento contínuo entre 2016 e 2021, quando alcançou
89,1% dos usuários, apresentando leve queda em 2022.
As demais atividades foram
citadas em menor proporção, abrangendo menos da metade dos usuários: comprar ou
encomendar bens ou serviços (42%); usar algum serviço público (33,4%); jogar
(32,4%); e vender ou anunciar bens ou serviços (12%).
Ao comparar a finalidade de
acesso por sexo, não se observaram diferenças muito expressivas na utilização
da internet, exceto no que se refere ao hábito de jogar online, uma vez que 39%
dos homens a usaram nos últimos três meses para esse fim, enquanto entre as
mulheres o percentual foi de 26,3%. O uso de redes sociais, por outro lado, foi
um pouco mais frequente entre as mulheres (84,7%) do que entre os homens
(82,4%).
Motivo por não ter acesso
Em 2022, nos 6,4 milhões de
domicílios do país em que não havia utilização da internet, os três motivos que
mais se destacaram representavam, em conjunto, 86,5%. Esses três motivos foram:
nenhum morador sabia usar a internet (32,1%), falta de necessidade em acessar
(25,6%) e serviço de acesso era caro (28,8%).
Existência de microcomputador ou
tablet no domicílio
Os resultados de 2016 a 2022
mostraram sentido de declínio, ainda que lento, no número de domicílios em que
havia microcomputador. No total de domicílios, aqueles em que havia
microcomputador representavam 40,7%, em 2021, e 40,2%, em 2022. Em 2016, esse percentual
era de 45,9%.
No setor urbano, os percentuais
sempre foram maiores que no rural, porém essa queda, que vem ocorrendo desde
2016, atinge os dois setores.
A existência de tablet é menos
comum nos domicílios que a de computador. Nos domicílios do país, de 2021 para
2022, o percentual daqueles em que havia tablet passou de 9,9% para 10,7%.
Entretanto, esse aumento no
último período ainda não pode ser considerado uma mudança na tendência de queda
nesse tipo de dispositivo, pois será preciso acompanhar novas estimativas
anuais para que se tenha um panorama mais assertivo. Em área urbana, esse
indicador passou de 11% para 11,8% e, em área rural, de 2,8% para 3,1%.
Com informações do R7.COM