Imagem de Clker-Free-Vector-Images por Pixabay Um dos investigados pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Trapiche revelou aos poli...
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Um dos investigados pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Trapiche revelou aos policiais que foi até Beirute, no Líbano, para se encontrar com um integrante do grupo radical libanês Hezbollah. Segundo o depoimento, os terroristas buscavam brasileiros dispostos a matar e sequestrar.
Os alvos seriam prédios da comunidade judaica do Brasil. O homem, que não teve a identidade revelada, foi alvo de busca e apreensão. Os policiais ainda avaliam se irão pedir a prisão do suspeito.
Outros dois brasileiros foram presos na quarta-feira (8/11), quando a operação foi deflagrada. Ambos foram detidos em São Paulo, um deles, inclusive, foi localizado no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O homem voltava de uma viagem ao Líbano.
Ele informou que a viagem se deu por conta de uma negociação de minérios e insumos agrícolas. A versão, contudo, não convenceu os investigadores.
Durante a operação, os investigadores também cumpriram 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Subseção Judiciária de Belo Horizonte, em Minas Gerais e no Distrito Federal.
Um dos principais investigados, e que também teve um mandado de prisão expedido, é um sírio naturalizado brasileiro. Contudo, como ele está em Beirute, a ordem da Justiça brasileira não pode ser cumprida. O suspeito será detido apenas de deixar o território libanês.
No Brasil, o suspeito tem casa em Belo Horizonte e comércios espalhados em Minas Gerais e no Distrito Federal. Os investigadores fizeram buscas em todos os locais. Há evidências de que o brasileiro participou de treinamentos com guerrilheiros do Hezbollah contra o Estado Islâmico.
Os recrutadores e os recrutados devem responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terrorista e de realizar atos preparatórios de terrorismo, cujas penas máximas, se somadas, chegam a 15 anos e 6 meses de reclusão.
Hezbollah
O Hezbollah, cujo nome significa “Partido de Deus”, é uma organização que surgiu durante a guerra civil no Líbano na década de 1980. Influenciado pelo Irã e apoiado pela Síria, o grupo concentra-se na resistência contra Israel e na promoção da influência xiita no Oriente Médio.
A prática de doutrinar simpatizantes e apoiadores em outros países é recorrente entre as lideranças de organização fundamentalista, que se aliou ao palestino Hamas no conflito com Israel.
O grupo surgiu em resposta à ocupação israelense no sul do Líbano. Inspirado e apoiado pelo Irã, o Hezbollah rapidamente se tornou uma força de resistência contra Israel. Sua ala militar é considerada uma das mais poderosas da região, tendo lançado ataques bem-sucedidos contra alvos israelenses.
Além de suas atividades militares, o Hezbollah é uma força política influente no Líbano, com representação no Parlamento e participação no governo. Seu apoio a causas xiitas e sua lealdade ao Irã o colocaram em desacordo com nações ocidentais e árabes sunitas.
Seu papel na resistência contra Israel e sua presença política contínua no Líbano o tornam uma força determinante na região e há grande temor pela entrada de seus combatentes no conflito atual.
Por Mirelle Pinheiro e Carlos Carone - Metrópoles