Ana Clara Soares leva a filha Ana Sofia para uma consulta na UBS 3 do Guará: “Como a gente mora na região, é muito importante ter esse atend...
Nível primário abrange promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção do bem-estar da população; DF conta com 176 unidades básicas de saúde
No primeiro semestre deste ano, a rede pública de saúde do Distrito Federal atendeu um total de 4.264.804 pessoas nos diversos postos e unidades básicas de saúde (UBSs) distribuídos pela capital. Esses números refletem a importância da Atenção Primária como porta de entrada no acolhimento à população, sendo este atendimento essencial no cuidado contínuo e preventivo das famílias
Por se tratar da porta de entrada e resolver mais de 80% das demandas, a Atenção Primária reúne uma grande rede de serviços e responsabilidades. O nível primário abrange promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção do bem-estar da população. As unidades com esse tipo de atendimento realizam exames, consultas e acompanhamento médico, entrega de medicamentos, troca de curativos e aplicação de vacinas.
Segundo a Secretaria de Saúde do DF (SES), entre janeiro e junho deste ano, os atendimentos de enfermagem se destacaram, com 1.204.225 consultas realizadas. Esse serviço desempenha um papel fundamental na triagem, avaliação inicial e acompanhamento de pacientes, desafogando a demanda por médicos especialistas.
Os médicos da Atenção Primária, por sua vez, realizaram um total de 986.683 consultas, consolidando sua importância no diagnóstico precoce, tratamento de doenças crônicas e encaminhamentos para especialistas quando necessário.
Profissionais de saúde de nível superior, além dos médicos, contribuíram com 78.464 atendimentos. Este grupo inclui fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e outros especialistas. A saúde bucal também recebeu atenção significativa, com 197.911 consultas realizadas por cirurgiões-dentistas.
Entre as pessoas atendidas por esses profissionais está a dona de casa Ana Paula Melo, 50 anos. Ela é assistida há anos pela UBS 3 do Guará, onde já buscou desde atendimento pré-natal até consultas voltadas ao tratamento de sintomas de viroses. Nesta semana, ela levou a filha e a neta, que têm doenças respiratórias, à unidade.
“Eu já tive várias emergências e consultas nas últimas décadas e sempre consegui marcar atendimento, ser bem-recebida e ter acesso a um bom tratamento. Como a gente não tem condição financeira, considero esse atendimento essencial para cuidar da nossa saúde”, afirma.
A UBS 3 virou referência também para a filha de Ana Paula Melo, a estudante Ana Clara Soares, 19. Ela relata que sempre frequentou a UBS, inclusive para buscar atendimento para a filha Ana Sofia, de 3 anos. “O meu pré-natal foi aqui. Como a gente mora na região, é muito importante ter esse atendimento, até porque se fosse pagar na rede particular, não teríamos condições. É algo que tem passado de mãe para filha, de geração em geração”, diz.
Proximidade
Conectado ao usuário está, muitas vezes, o médico de família e comunidade. Ele dá continuidade ao tratamento dentro da rede, tomando as decisões sobre onde o paciente deve ir para receber a melhor assistência. Daniel Sabino, profissional na área há 12 anos, ressalta a dinamicidade do médico de família.
“A Atenção Primária é a porta de acesso importante, de um primeiro contato do usuário com o Sistema Único de Saúde. Ao mesmo tempo você tem um profissional que acompanha as pessoas, longitudinalmente, e isso dá uma qualidade ao processo, porque você conhece tanto a pessoa quanto a sua família. Então, você não explora só as queixas dos problemas, você tenta fazer uma abordagem mais integral, contextualizar os problemas em uma situação familiar. Acaba sendo uma qualidade dentro do processo”, explica o especialista.
De acordo com Sabino, as principais demandas das UBSs são atendimentos voltados a síndromes febris, resfriados, pneumonia, dengue, dores de cabeça, tuberculose, diabetes, dores crônicas e gravidez.
Por causa de uma dessas demandas, a dona de casa Natania Mota, 31, levou os dois filhos, Vitor, 7, e Cynthia, 12, à UBS 3 do Guará. As crianças, que apresentavam sintomas gripais, febre e dor no corpo, foram atendidas no serviço de enfermagem e receberam todas as orientações necessárias para o caso.
“É muito positivo ter esse atendimento na rede pública. Se todas as consultas fossem na rede particular, eu não daria conta. O atendimento sempre é muito bom, sou muito bem-cuidada aqui. É fundamental ter esse acesso”, narra Natania.
Quando devo procurar uma UBS?
É comum as pessoas confundirem a busca por atendimento em UBSs, unidades de pronto atendimento (UPAs) e hospitais. As unidades básicas de saúde são o caminho indicado para casos de sintomas leves de gripe, tontura, dor abdominal, mal-estar, diarreia, vômito e conjuntivite, além de tratamento e acompanhamento de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). As UBS também acolhem e acompanham casos de gestação, hipertensão, diabetes e obesidade.
A Atenção Primária do Distrito Federal possui uma rede de 176 UBSs. Cada unidade atende um território definido, e as equipes de Saúde da Família são responsáveis pela assistência às comunidades das regiões estabelecidas. Para saber qual é a UBS de referência da sua região e o horário de funcionamento, basta verificar no Busca Saúde UBS.
Por Mayara da Paz, da Agência Brasília | Edição: Débora Cronemberger