PF contou com a parceria da Receita Federal Divulgação/Polícia Federal Investigação mira entrada ilegal de celulares no Brasil a partir do P...
Divulgação/Polícia Federal
Investigação mira entrada ilegal de celulares no Brasil a partir do Paraguai; mandados são cumpridos em seis estados e no DF
A Polícia Federal e a Receita Federal cumprem na manhã desta quarta-feira (10) 46 mandados de busca e apreensão contra 51 pessoas suspeitas de fazerem parte de uma associação criminosa acusada de crime contra a ordem tributária. Os empresários de Brasília Ivan Bernardes Vivas e Thiago Borges Bernardes, pai e filho, são os principais alvos da operação. Além deles, Mauro Matos e Leandro Souza, os donos de lojas de celulares em shoppings e na feira da capital federal também foram alvo de buscas. Segundo a PF, o grupo é suspeito de importar irregularmente celulares do Paraguai para o Brasil. A investigação apontou que o dinheiro era lavado em empresas de fachada. A Justiça também autorizou o bloqueio de bens, imóveis e contas bancárias dos principais alvos no valor de R$ 300 milhões. O R7 tenta contato com os citados, e o espaço permanece aberto.
Ao todo, cerca de 250 policiais federais e 100 servidores da Receita Federal participam da ação. Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 12ª Vara Federal do Distrito Federal, que também determinou medidas cautelares diversas da prisão em desfavor dos principais investigados, tais como proibição de se ausentarem do país, com a entrega dos passaportes em 24 horas, proibição de se ausentarem do município de domicílio, comparecimento mensal ao Juízo Federal para informar suas atividades e proibição de manterem contato uns com os outros. . Os mandados são cumpridos em São Paulo, Paraná, Goiás, Santa Catarina, Maranhão, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal
Em Brasília, pelo menos três grandes shoppings tiveram que abrir as portas mais cedo para a polícia. Quatro lojas na Feira dos Importados também estão na lista de alvos. Os policiais chegaram cedo ao complexo de compras, com 14 viaturas.
As investigações tiveram início após a Polícia Federal apreender um carregamento com R$ 4 milhões em celulares de última geração em um aeródromo particular em São Sebastião, no DF, em fevereiro de 2022. Além dos cerca de 400 celulares, os policiais federais apreenderam um carro e um avião monomotor. O piloto da aeronave foi preso em flagrante.
Como funciona o esquema
De acordo com a investigação, o esquema começa no envio de dinheiro para o Paraguai a partir de doleiros. Eles declaram falsos lucros a partir de empresas de fachada, que não têm nenhum funcionário. A PF mapeou a movimentação bruta de mais de R$ 1 bilhão desde 2022.
Os crimes investigados são associação criminosa, com pena de até três anos de prisão, descaminho, com pena de um a quatro anos de reclusão, e lavagem de dinheiro, que pode gerar até 10 anos de prisão.
Por Natália Martins, da Record, em Brasília