Fotos: Divulgação/ Agência Brasília Presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal, Luís Antônio Reis, foi o entrevista...
“Queremos tornar o tratamento de água e esgoto de Brasília mais eficiente e sustentável. Por isso, uma das nossas propostas é reaproveitar os gases gerados no processo como matéria-prima para produção de energia própria. Isso trará uma melhoria na nossa produção e uma redução no consumo operacional”, afirmou o gestor.
Hoje, parte dos subprodutos do tratamento realizado pela Caesb já é reaproveitada para outros fins. “O lodo é utilizado como fertilizante, e temos uma grande fila de produtores rurais e agricultores esperando por esse material, que ainda não é vendido. Toda sua utilização é feita de maneira organizada e correta, junto ao Ibram, à Emater e à Seagri”, detalhou o presidente.
Para tirar as ambiciosas metas da companhia do papel, a Caesb viabilizou junto ao Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW – Kreditanstalt für Wiederaufbau) um financiamento de 50 milhões de euros, o equivalente a R$ 312 milhões na cotação atual. A autorização dos recursos foi avalizada pelo plenário do Senado nessa quarta-feira (4).
Os recursos serão liberados gradativamente durante cinco anos, tempo previsto para a realização das obras projetadas pela Caesb. A liberação das parcelas seguirá o cronograma de execução das obras. Após o período, a companhia terá dez anos para pagar o empréstimo.
“O volume será aplicado em melhorias e na modernização de estações de tratamento de esgoto. Brasília, hoje, tem uma situação muito ímpar comparado com o restante do Brasil, tanto que somos número um na cobertura e qualidade do tratamento da água e do esgoto. Coletamos 93% do esgoto em todo DF, e o restante, ainda descoberto, pertence a regiões ainda não regularizadas, mas que estão recebendo investimento da Caesb mesmo assim”, completou.
Recentemente, o Instituto Trata Brasil elencou o DF como a unidade da Federação com maior taxa de esgoto tratado, concentrando o segundo maior percentual de moradores com esgotamento adequado (94,1%), ficando atrás apenas de São Paulo (94,5%). Os índices fazem a capital federal performar em níveis de países desenvolvidos, como Suécia, Bélgica e Portugal.
Modernização
Além de ampliar a eficiência energética e reduzir perdas, a Caesb segue investindo na modernização dos sistemas da rede. “Hoje, a companhia tem, na nossa tecnologia, uma equipe muito forte. A gente produz softwares e os compra no mercado, trazendo o que há de mais moderno na parte de tecnologia. Temos um laboratório que é de ponta, com certificação internacional, com técnicos de altíssimo nível para o monitoramento de toda a água e esgoto. Isso nos dá muita tranquilidade no dia a dia”, explicou.
Segundo o presidente, parte desse esforço está na ampliação dos quadros técnicos da companhia com a abertura de concurso público. O certame, previsto para ser realizado ainda este ano, contempla 82 cargos de níveis médio, técnico e superior. A banca organizadora é o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe).
“Esse processo seletivo é muito importante porque a Caesb é uma empresa técnica, de ponta, uma empresa que vai atingir, até o final do ano, 700 pontos de equipamentos inteligentes interligados com nosso Cecop [Centro de Controle Operacional da Caesb] – e precisamos de gente que saiba trabalhar com essas soluções”, defendeu Reis.
Projetos futuros
Na ocasião, o titular da empresa lembrou dos investimentos recentes em obras estruturantes da companhia visando à expansão das áreas de atendimento, sobretudo as de vulnerabilidade social, a interligação do sistema e a redução do índice de perda de água.
Por Victor Fuzeira, da Agência Brasília | Edição: Carolina Caraballo