Imagem de Parentingupstream por Pixabay No dia 3 de setembro, os médicos que atuam na rede pública do Distrito Federal entraram em grev...
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No dia 3 de setembro, os médicos que atuam na rede pública do Distrito Federal entraram em greve. Na pauta de reivindicações, a categoria exige melhores condições de trabalho, mais segurança nas unidades de saúde, contratação de mais profissionais para regularizar a prestação de serviços de saúde à população e recomposição salarial. Hoje, portanto, completam 11 dias de paralização e, conforme informação do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), a paralisação não tem previsão para se encerrar, deixando a população sem atendimento.
Tal situação começa a repercutir na vida da população que já sente os efeitos da falta de serviços médicos em Unidades de Pronto Atendimento, hospitais e postos de saúde. Mesmo garantindo que os serviços de emergência, como prontos-socorros, UTIs (unidades de terapia intensiva), enfermarias e SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), não estão sendo afetados, segundo o sindicato, é nítido perceber que os postos de saúde, por exemplo, estão com baixa procura, já que a população é informada de que não há médicos para realização de atendimentos.
Ontem, em audiência pública na Câmara Legislativa do DF (CLDF), o subsecretário de Gestão de Pessoas da Secretaria de Saúde do DF, João Eudes, disse que a pasta tem feito uma gestão “eficiente e com planejamento”. Eudes também afirmou que todas as categorias tem recebido “tratamento igualitário” por meio da Secretaria.
O subsecretário destacou ainda que a atual gestão, nomeou, em 2023, 747 médicos e 241 enfermeiros; e que neste ano, já foram contratados 508 médicos e 277 enfermeiros.
A greve dos médicos do DF está descumprindo uma decisão judicial proferida pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Fernando Habibe, no dia 27 de agosto, que proibiu a paralisação. Porém, mesmo com multa diária de R$ 200 mil, os médicos continuaram de braços cruzados.
O SindMédico-DF alega que o Governo do Distrito Federal (GDF) não quer conversar e que a categoria está aberta ao diálogo para encontrar uma solução possível. Porém, conforme a argumentação do próprio GDF não há como atender a demanda da categoria que pede por aumento de salário, uma vez que o governo não teria dinheiro para arcar com tal despesas, que poderia passar de R$ 500 milhões, sendo que a remuneração da categoria varia entre R$ 20 mil e R$ 80 mil mensais.
Nesta sexta-feira (13/09), em entrevista à imprensa, durante evento de incorporação de praças em curso da PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), reafirmou a posição de governo e disse que é impossível conceder aumento salarial neste momento aos médicos, porque a medida poderia ultrapassar os R$ 600 milhões.
“A discussão com os médicos está sendo travada pelo secretário Ney [Ferraz, da Secretaria de Economia], mas ela tem muita dificuldade de avançar porque nos pedidos dos médicos ultrapassam os R$ 600 milhões. E não existem no orçamento do Distrito Federal esses recursos. Vamos ter que nos esforçar, como estamos nos esforçando”, afirmou Ibaneis.
O governador ressaltou também que as outras solicitações da categoria já foram atendidas, como a contratação de seguranças para atuarem nos ambientes de trabalho e a nomeação de concursados. “Já demos um reajuste de 18% [a servidores], contratamos diversos policiais, concedemos um plano de saúde que é um dos mais baratos do país e a gente vem atendendo todas as reivindicações dos funcionários públicos do Distrito Federal. Mas, de vez em quando, chegam pedidos que são absurdos, são fora do comum e que o governo não tem condição de atender”, destacou Ibaneis.