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Votação no Senado deve confirmar nome de Davi Alcolumbre, enquanto Câmara têm preferência a Hugo MottaO Congresso Nacional retoma as atividades oficialmente neste sábado (1º), com a eleição dos novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado. A expectativa é de confirmação do novo comando de cada Casa até o fim do dia.
O processo começa logo pela manhã, com a eleição no Senado. A partir das 10h, o plenário dará início à chamada reunião preparatória, que vai consultar os senadores para a definição do novo presidente. Por tabela, o eleito também responderá pelo Congresso Nacional.
Para vencer em primeiro turno, o candidato precisa de pelo menos 41 votos. Caso isso não ocorra, os dois melhores votados vão ao segundo turno.
Cinco senadores estão na disputa, mas um deles lidera com folga as projeções de votação: Davi Alcolumbre (União-AP), que, em tese, soma 78 votos.
Ele teve o apoio oficial de praticamente todos os partidos da Casa — com exceção do Novo, que tem a candidatura própria de Eduardo Girão (CE). As projeções levam em conta as promessas das legendas, mas como o voto é secreto, há possibilidade de traição entre os parlamentares.
Os demais candidatos vão concorrer mesmo com posições contrárias dos próprios partidos. O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi uma das primeiras siglas a confirmar apoio a Alcolumbre, mas terá como candidato o senador Astronauta Marcos Pontes (SP), ex-ministro do governo Bolsonaro.
O Podemos, que também confirmou voto a Alcolumbre, tem dois nomes na disputa: Marcos do Val (ES) e Soraya Thronicke (MS). Há, ainda, a possibilidade de que novas candidaturas surjam até o início da reunião deste sábado. Quem quiser concorrer deve se inscrever antes do fim do discurso do primeiro candidato no plenário.
A sessão será a última sob o comando do atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Após a nomeação do novo presidente, será iniciada uma segunda reunião, para definir os demais cargos da Mesa Diretora: dois vice-presidentes e quatro secretários, além de suplentes para cada um dos secretários.
Votação na Câmara
O processo para escolha do presidente e da Mesa Diretora vai ocorrer de forma semelhante na Câmara dos Deputados. A sessão começará às 16h, e será conduzida pelo atual presidente, Arthur Lira (PP-AL). Para ganhar no primeiro turno, o candidato precisa de no mínimo 257 votos.
Os três candidatos também farão discursos antes do início da votação. O principal nome da disputa é o do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que pode ter quase 500 votos. Apenas dois partidos não confirmaram apoio ao republicano: PSOL e Novo, que têm candidaturas próprias.
O PSOL, que conta com 13 deputados, indicou o nome do Pastor Henrique Vieira (RJ), enquanto o Novo, que tem quatro parlamentares, oficializou a candidatura de Marcel van Hattem (RS).
Após a confirmação da Presidência, deputados também votam os demais cargos da Mesa Diretora: as duas vice-presidências, quatro secretarias e quatro suplentes.
Resultado recorde?
Motta e Alcolumbre ganharam ampla preferência desde o fim do ano passado e caminham para alcançar um patamar inédito de votos.
Motta pode ter 496 votos, o que o faria superar o maior resultado já registrado, de Arthur Lira, na última eleição. No início de 2023, o alagoano reuniu 464 votos, também contra dois oponentes.
Alcolumbre pode ultrapassar a marca dos 76 votos, que foram alcançados no passado por Mauro Benevides (MDB-CE), em 1971; e José Sarney (MDB-AP), em 2003.
O senador conta com amplo apoio de legendas. O Podemos está em racha, com senadores que preferem votar no alagoano do que em algum dos nomes do partido, e o único senador do PSDB, Plínio Valério (AM), ainda está em dúvida. A bancada do Novo deve votar em Girão.
Se tiver os votos ainda não definidos, Alcolumbre vai bater o recorde histórico em uma eleição à Presidência do Senado. Há, contudo, o risco de traições. Pelo voto secreto, congressistas podem acabar votando de forma diferente do orientado pelos partidos.
Por Lis Cappi e Rute Moraes, do R7, em Brasília