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Ministério Público de MG denuncia motorista e dono de empresa pela morte de 39 passageiros em acidente na BR-116

Um ônibus, uma carreta e um carro se envolveram em um grave acidente na madrugada deste sábado (21/12) no km 286 da BR-116, na altura de Laj...

Um ônibus, uma carreta e um carro se envolveram em um grave acidente na madrugada deste sábado (21/12) no km 286 da BR-116, na altura de Lajinha, distrito de Teófilo Otoni, Minas Gerais — Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais via BBC

Carreta que transportava dois blocos de granito que, somadas ao peso do veículo, totalizava mais de 100 toneladas, atingiu um ônibus com 45 passageiros, e um carro de passeio, com um motorista e dois passageiros, em dezembro de 2024.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia, nesta segunda-feira (10), contra duas pessoas pelo acidente que deixou 39 passageiros mortos, em 21 de dezembro de 2024, na BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri.

Foram denunciados o motorista da carreta de onde se soltou o bloco de granito que causou o acidente e o dono da empresa responsável pelo transporte da carga, que bateu no ônibus.

Eles podem responder na Justiça pelo homicídio qualificado das 39 pessoas, e por tentativa de homicídio contra 11 pessoas que estavam no ônibus e em um carro que também se envolveu no acidente.

O motorista da carreta foi denunciado, ainda, por ter deixado de prestar apoio às vítimas e por ter se afastado do local para fugir das responsabilidades penal e civil decorrentes do acidente.

O dono da empresa pode responder judicialmente por falsidade ideológica, já que, segundo a promotoria, houve inserção de dados falsos para burlar possíveis fiscalizações. A administradora da carga teria fraudado documentos sobre a pesagem das pedras que eram transportadas no caminhão, apontou a investigação da Polícia Civil de Minas gerais (PCMG).

Em 26 de fevereiro, a PCMG indiciou o motorista e o empresário ao concluir o inquérito que apurava os fatores que causaram o acidente.

Relembre o trágico acidente

A carreta bateu em um ônibus de turismo, que transportava 45 pessoas, e em um carro de passeio, com um motorista e dois passageiros. A batida aconteceu às 3h30 do dia 21 de dezembro de 2024.

O ônibus, da empresa EMTRAM, havia saído de São Paulo no dia anterior, por volta das 7h da manhã, no terminal rodoviário do Tietê, e tinha como destino a Bahia.

Foi comprovado que um bloco de granito de mais de 36 toneladas se soltou da carroceria da carreta, ao fazer uma curva com velocidade excessiva, e atingiu o ônibus que seguia na rodovia, em sentido contrário. Logo após o impacto da pedra com o ônibus ocorreu um grande incêndio.

Entre as vítimas fatais, estavam um bebê de um ano, duas crianças de 9 anos e uma de 12 anos.

No momento do acidente, a carreta levava dois blocos de quartzito, com peso total de 103 toneladas, número superior ao permitido pela legislação de trânsito.

No dia do acidente, o agente da Polícia Rodoviária Federal, Fabiano Santana classificou o acidente como "uma tragédia sem precedentes para a região" e informou que a maior parte das mortes foi causada pelo incêndio do ônibus. O acidente foi considerado a maior tragédia em rodovias federais desde 2007.

Por Redação g1 — Belo Horizonte
10/03/2025 20h34 Atualizado há uma hora