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Na última sexta-feira (28), um terremoto de magnitude 7,7 abalou o Sudeste Asiático, causando a morte de pelo menos 144 pessoas em Mianmar e oito na Tailândia, de acordo com autoridades locais. O tremor, ocorrido às 12h50 no horário local (3h20 em Brasília), teve epicentro a 17 km de Mandalay, cidade com 1,5 milhão de habitantes em Mianmar, e foi sentido a mais de 1.000 km de distância, em Bangkok e na província chinesa de Yunnan. Em Mianmar, uma ponte de 90 anos desabou em Mandalay, deixando 732 feridos, conforme a junta militar. Na Tailândia, um arranha-céu em construção desabou em Bangkok, resultando em 117 desaparecidos.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) alertou que o número de vítimas fatais pode chegar a milhares devido à profundidade de 10 km do sismo e à vulnerabilidade das construções na região. De acordo com o USGS, "a população desta área reside em estruturas que, em sua maioria, são suscetíveis a danos causados por tremores, embora existam algumas construções mais resistentes. Grandes danos e perdas são esperados, e o desastre deve ter um impacto generalizado". Em Bangkok, turistas fugiram em pânico dos hotéis, e a primeira-ministra tailandesa, Paetongtarn Shinawatra, declarou a cidade como área de emergência, pedindo a evacuação de prédios altos.
Em Mianmar, onde a junta militar está no poder desde 2021, o general Zaw Min Tun solicitou ajuda internacional, afirmando: "Cooperaremos com os parceiros internacionais para garantir o melhor atendimento às vítimas." A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, respondeu que "os satélites europeus Copernicus já estão ajudando os socorristas. Estamos prontos para fornecer mais apoio". A Organização Mundial da Saúde está avaliando a possibilidade de enviar suprimentos. O país, já afetado por conflitos e desastres como o tufão Yagi de 2024, enfrenta dificuldades com internet limitada e um sistema de saúde saturado.
Histórico de terremotos em Mianmar
Mianmar está situado em uma região geologicamente instável, o que o torna particularmente suscetível a tremores de terra. A região está localizada ao longo da Falha de Sagaing, uma das principais zonas sísmicas do país, e entre 1930 e 1956, seis terremotos de magnitude superior a 7 foram registrados nas proximidades dessa falha. Esse histórico reforça a vulnerabilidade do país a eventos sísmicos de grande escala, o que torna ainda mais urgente a implementação de medidas de prevenção e preparação para desastres naturais. O terremoto de sexta-feira (28/3) serve como um lembrete da importância de se desenvolver estratégias eficazes de resposta rápida e de resiliência às catástrofes, para mitigar os danos e salvar vidas em futuras ocorrências.
