Gil Leonardi / Imprensa M G Protocolos e ações fizeram a diferença para salvar vidas durante a crise sanitária, que começou há cinco anos Qu...
Gil Leonardi / Imprensa MG
Protocolos e ações fizeram a diferença para salvar vidas durante a crise sanitária, que começou há cinco anos
Quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a situação da covid-19 como pandemia, em 11/3/2020, os primeiros casos do novo coronavírus começavam a ser registrados no Brasil e em Minas Gerais. Mas antes disso, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), iniciou o planejamento para lidar com a crise sanitária e fazer com que Minas obtivesse o menor índice de letalidade entre os estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.Durante a pandemia, as equipes da SES-MG implementaram protocolos e soluções inovadoras, como novos arranjos de governança, estratégias de financiamento, uma rede solidária para distribuição de medicamentos essenciais e novas formas de coleta e divulgação de dados. Essas medidas fundamentais fazem parte dos relatos de servidores que atuaram na linha de frente e compartilharam essa experiência no documento Resiliência em Tempos de Crise: O Legado da Covid-19 em Minas Gerais.
"O enfrentamento à covid-19 foi um dos maiores desafios da história da saúde pública, e nossos servidores desempenharam um papel fundamental. Cada decisão tomada e cada protocolo desenvolvido teve impacto real na preservação de vidas", ressalta o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.
Ele lembra que uma das questões críticas foi a escassez de oxigênio, em março de 2021. "A equipe avaliou a rede de oxigênio dos hospitais com CTI e constatou que 53% utilizavam cilindros, cada um durando apenas quatro horas por paciente intubado, exigindo grande logística para reposição. Para resolver o problema, foi aprovada uma resolução de mais de R$50 milhões, permitindo a substituição dos cilindros por tanques de oxigênio líquido, que garantem abastecimento por até três semanas, tornando o sistema mais eficiente".
Estruturação dos processos
O enfrentamento à covid-19 foi marcado pela articulação entre diferentes esferas da saúde. Eva Lídia Arcoverde, coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs-MG), destaca que as equipes pesquisaram muito para coletar evidências e desenvolver as ações. "Monitoramos os rumores do vírus e começamos a preparar um plano de contingência, articulando com vigilância e assistência para definir a resposta do Estado".
Com a confirmação dos primeiros casos, modelos de Business Intelligence (BI) foram replicados para estruturar a visualização dos dados. "Montamos a Sala de Situação com monitoramento em tempo real, produzimos boletins diários e criamos um painel online acessível à população e à imprensa", detalha a coordenadora do Cievs-MG.
Foco na assistência
Devido à demanda por leitos de UTI, foi necessário agilizar processos e estabelecer diretrizes para mapear hospitais e sua capacidade de atendimento. "Instituímos o Escritório de Gestão de Leitos para identificar regiões com maior demanda e remanejar pacientes. Servidores faziam essa operação 24 horas por dia, e o transporte era em parceria com as forças de segurança", conta Mayla Magalhães, assessora de gabinete da SES-MG naquele período.
Os técnicos da Secretaria de Saúde também percorreram o estado para orientar os municípios no manejo e tratamento. "Visitamos as cidades que pediram ajuda e apoiamos os hospitais sobrecarregados para que conseguissem atender à população", recorda Eva Lídia Arcoverde. O volume de trabalho exigiu um esforço extra de todos com jornadas ampliadas em até 60%, refletindo a intensidade e urgência das ações.
Medicamentos em casa
Para evitar aglomerações nas unidades da Farmácia de Minas, foi implementada a entrega domiciliar de medicamentos. O diretor de Medicamentos Básicos da SES-MG, Jans Bastos, explica: "Fizemos parcerias com a Defesa Civil e uma empresa de transporte por aplicativo, priorizando remédios para doenças pulmonares. Depois, ampliamos gradativamente".
Também foi preciso adaptar o fornecimento de sedativos e kits de intubação. "Houve um desabastecimento generalizado desses itens e, aqui em Minas, iniciamos uma rede solidária, em parceria com o Ministério Público e os municípios, para monitorar estoques e estabelecer arranjos de cooperação. Esse modelo foi posteriormente adotado pela União", observa Jans Bastos.
Fonte: Agência Minas Gerais